11/05/2020 | Recessão Histórica da Economia Mundial e naturalmente da Economia Portuguesa. O que esperar?
Depois do FMI a Comissão Europeia apresentou na semana que passou as previsões económicas para a União Europeia e para a zona Euro. A dimensão da recessão na Europa em 2020 vai ser histórica. Vai com certeza bater um record negativo de mais de cem anos.
De acordo com estas previsões, o PIB de Portugal em 2020 vai cair 6,8% (previsão do FMI de 8%) , já o desemprego vai chegar a uma média de 9,7% para a União Europeia e para o FMI de 14,6% (relembramos que no pico do último resgate financeiro o desemprego atingiu 16,7%), o impacto nas contas do estado também vai ser muito forte, o défice vai atingir 6,5% e a dívida pública vai atingir um valor record que se situará acima de 131% do PIB. Recordamos que a crise de 1975 se traduziu numa queda de 5,1% do PIB e que a de 2012 chegou aos 4,1%.
Perante este cenário de calamidade económica e financeira até podemos verificar que Portugal tem indicadores menos maus quando comparados com a média europeia, a queda do PIB até vai ser abaixo das previsões para a média da União Europeia e que no conjunto de 2020 e 2021 o desempenho da economia portuguesa será menos negativo do que o da média dos países da zona euro e da união europeia.
Mas o melhor destas previsões é que o governo espera que em dois anos, seja possível regressar à conjuntura económica de 2019, antes da recessão gerada pela pandemia de Covid-19, ressalvando que isso depende da dimensão da crise sanitária, ainda incerta.
Assim estando perante tanta incerteza não ficaríamos surpreendidos de que daqui por um mês ou dois, estas previsões venham a ser bem diferentes para pior.
Seja em que contexto for, aquilo que irá acontecer no Turismo, no Comércio, na Indústria e na Agricultura irá depender não só das medidas que o governo adotar, mas também da iniciativa e da criatividade das empresas e dos empresários para contrariar a crise. Tudo isto também dependerá da aprovação por parte da União Europeia do Fundo de Recuperação, prevista para final de maio.
Vamos aguardar pela forma como será feito esse financiamento aos Estados Membros, esperemos que seja largamente através de subvenções, complementadas com alguns empréstimos desde que tenham maturidade suficientemente longa para diluir aquilo que são os custos.
Por agora, a única certeza é a incerteza quanto ao desfecho da crise sanitária. Neste contexto a tentação é não fazer nada e isto é o pior que pode acontecer, quer as empresas quer aos colaboradores. Estamos em tempo de pensar e repensar, já percebemos quais os setores que foram mais afetados, quais os setores que estão em prosperidade e não será difícil perceber quais os setores onde investir. Assim vai ser necessário que os empresários e gestores encontrem novos caminhos para as suas empresas, com as consequentes alterações na procura de produtos e serviços por parte dos consumidores, nos processos diferenciadores quer ao nível externo quer ao nível interno, no desenvolvimento dos recursos humanos, que permitam o alcance de uma sustentabilidade colocada hoje em causa.
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Vítor Santos
Partner